quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Causa mortis


Não sei como descrever o que estou sentindo. Senti a morte e ela não doía tanto. Hoje parte de mim foi arrancada, aos poucos, por conta própria.
Lágrimas caem com tanta facilidade que me pergunto se isso é normal... é uma dor, uma dor tão grande, que me faz repensar o desejo de estar vivo.


Estou como na foto... cheguei num ponto em que foi necessário fazer uma escolha... oh Deus, só eu sei como queria que os dois caminhos fossem apenas um.


Mas nunca é assim... hoje estou de luto, minha alma entristeceu e as trevas do sofrimento invadiram meu coração... pela primeira vez sinto que acabou... meus sonhos, os planos, as tentativas... por que? Por quê não consegui?


Preciso ser acolhido, o que estou vivendo é dor de verdade... aquela que desespera, que tira sua fome, sua vontade.


Me acostumei a viver com aquela segurança, oras doentia, mas ainda assim segura. E agora? Agora estou sozinho, com medo, confuso, está doendo muito, está doendo como nunca antes.


O que fiz de errado? Por quê temos de amar assim? Dilacerado, fraturado, assim estou, meu coração aguentou tanta coisa, e agora está aqui, contrito, temeroso, encolhido como um bebê.


O que eu conhecia por verdade se mostrou ilusão. O que eu conhecia por vida se mostrou morte. Nossa! Que dor terrível! Não sei onde isso vai me levar, só sei que por agora estou falido.


Lágrimas atrás de lágrimas me impedem até de ver o que escrevo, mas meus dedos falam de meu coração, meus dedos sabem o que minha alma precisa dizer.

Finalmente, finalmente estou livre, sei disso, sei que é o melhor, mas dói! Dói como uma lança que atravessa seus sonhos, seus planos e sua fé... Estou ferido de morte, ferido no espírito.



Preciso ser carregado por um tempo, preciso de amigos, preciso de amor, estou mal de verdade.
Não quero ir rastejando desenterrar esse sentimento, não quero uma relação com algo morto, acabou, preciso aceitar que acabou, por mais que doa, por mais que fragmente coração e mente. É a verdade.


Estou perdido, estou aqui, onde sempre estive, ao lado da morte, mergulhado nas sombras esperando uma luz que me leve de volta à sublime luz do amor próprio e do autocontrole.


Socorro...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Retorno



Retorno após um bom tempo. Faz tempo que não conversamos, não olhamos dentro um do outro. Faz tempo que te abandonei à própria sorte por cansaço... cansaço de tentar entender o mundo pelas palavras e argumentos... me perdoe meu amor, precisei viver a vida no dia a dia do pisar em poças. Precisei colocar em prática boa parte do que havíamos escrito para ver se era verdade...


Nem tudo era verdade meu amor... Muitas coisas só funcionam aqui mesmo, nas palavras.
Dor? Como existe, como existe meu amor...
Alegria? Vi passar por mim, me acertar, nocautear e desaparecer na névoa do desânimo.
Medo? É a sombra do avesso... a sombra aparece sempre que existe luz... o medo aparece sempre que elas se apagam, e fica lá, te seguindo, repetindo seus movimentos...
Amor? Não sei... sempre achei que fosse e no fim não era, e depois vinha algo mais forte que parecia finalmente ser, mas também não era...


São inúmeros sentimentos e não dá pra falar tudo numa única conversa meu amor...
Apenas saiba que senti saudades de você, pensei em você, mas não tinha forças para te procurar de novo.
Como chorei... como chorei por não ter você perto de mim. Mesmo sabendo ter sido uma escolha minha, só eu sei como duvidei dela por tantas noites atravessadas em lágrimas e desespero.
Em alguns momentos te culpei por não ter corrido atrás de mim, me impedido de ir, não ter aparecido em minha porta implorando que eu voltasse porque não soube viver na minha ausência.


Você não foi... por quê não foi meu amor?
Sei que precisei dessa experiência, mas, no fundo estava apenas querendo ver se você iria comigo até os confins de minhas vivências...
Você não foi... por quê não foi meu amor?


Agora aqui, te olhando nos olhos percebo que depositei meus valores nas suas mãos... e ainda deposito. Amar começa a doer, amar começa a incomodar...
Queria saber amar a mim mesmo, apenas isso... ter compaixão e entendimento pelos outros, mas, amor... amor apenas por mim.


Não consigo... me desespero, imagino, faço planos... vou lá na frente e volto e quando te olho para contar o que vi... você não se move meu amor, você está no mesmo local...


Perdoe se quis te movimentar para entrar no meu mundo, perdoe se falei que sabia o que estava fazendo... Olhe para mim!!! 


Estou em prantos, desmoronado, em farelos soprados pela brisa da angústia... apenas esperando o momento em que você vai me machucar de novo... Queria ser livre disso, mas, não sou...sou um escravo daquilo que você quiser pra mim...
Talvez uma hora isso mude, isso passe, isso termine... mas hoje... hoje só consigo sofrer com sua frieza, lamentar que você não me enxergue como realmente sou...


Estou aqui meu amor.... sempre estive, em cada momento em cada suspiro seu... pra falar a verdade, eu nunca corri o mundo para viver coisas novas...
Fiquei escondido na esquina de sua casa, de nossa casa... olhando seus passos, e esperando você se desesperar por não me ter...


Você me enxerga fraco porque na sua presença fico assim... todos dizem o contrário, você é meu veneno, não forte o suficiente para me matar, e não fraco o suficiente para me deixar andar... Quando isso for vencido... você verá quem sou de verdade, meu real tamanho e cairá de joelhos em uma amarga loucura catando cacos de seu coração que serão menores que grãos de areia.


Estou aqui meu amor... talvez pela eternidade, talvez por algumas horas...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Felicidade (beta)



E ele conseguiu... chegou onde queria, ao menos perto. As coisas não são tão belas quanto as promessas contavam, as facilidades não se encontram onde deveriam.
Ainda existe dor, ainda existe dúvida e, cada recomeço é menos vívido, menos colorido... temo que o amarelado se torne cinza e que o cinza se torne negro.

A felicidade como pregada não pude ver ainda, são lapsos, como os de loucura, de ódio, de paixão. Ainda não posso dizer que isso é alegria, euforia. Felicidade? Falta-me o elo que permita entender do que isso se trata.

Olho para os lados vejo sorrisos, vejo pessoas cantando ao vento o quanto são felizes, o quanto a noite de ontem foi maravilhosa... Bando de miseráveis, só posso dizer que são isso.
Choram no travesseiro, ignoram o próprio olhar no espelho, se embriagam com o álcool da vaidade e da perversão para mascarar as olheiras do cansaço de viver. Dormem feito anjos sob o efeito dos entorpes mundanos, mas a mente não descansa, a mente luta para tentar entender, para tentar ser ouvida. 

Não se deve encobrir o que o coração luta tanto para mostrar. Não se deve beijar uma pessoa para esquecer outra. Assumir um compromisso para evitar o vazio. O vazio deve ser preenchido, não ocupado. Tralhas, tralhas e mais tralhas de pensamentos infantis, ciúmes adolescentes e manipulações adultas que não servem para nada, nem mesmo para serem recicladas.

Parece que aquilo que procuramos sobra nos outros. E se isso for verdade sorte de quem estiver procurando indagações, porque estou cheio delas.

A felicidade então deve ser algo que não se sente, mas, sim o que te mantém buscando a vida ao revés da morte. Se querer ficar vivo para buscar algo maior é ser feliz, então eu sou a pessoa mais feliz do mundo.

Sorrisos, salva de palmas, elogios, comentários? Não, obrigado. Já tenho isso de sobra sapateando na minha mente.

PAZ 

sábado, 24 de abril de 2010

À Sombra da Bondade



Parece que por mais que eu tente andar na direção da vida adulta mais me pego revivendo a infância e a adolescência. Certas coisas podem ser conversadas mas não necessariamente explicadas.
De repente me vejo como nessa foto, só consigo ver a sombra do homem adulto, sei que ele existe, sei que é bem maior e seguro que eu sou, mas ainda não consigo enxergá-lo como um ser, apenas como uma projeção.

Desânimo, tristeza, medo, tudo parece começar a se aproximar, tomar o espaço e fazer morada. Algumas pessoas ao meu redor percebem que essa metamorfose não é uma coisa fácil. Outras continuam exigindo de mim o mesmo que dei até há pouco tempo. Eu não sou mais o mesmo, não tenho como oferecer o mesmo, e também não me satisfaço tanto quanto antes com o que vivo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A maior lição que já tive



É curioso como aprendemos lições o tempo todo, algumas que nem estávamos esperando aprender. Essa semana eu aprendi com uma morte. A morte de uma cachorra que morava no quintal de minha casa há 8 anos.
Primeiro passou aquele filme com imagens dela chegando filhotinha e pequena. Os tempos de moleca dela e as correrias no quintal. Depois não tinha mais muito filme para ver. Foram 8 anos que passaram rápido, como se fossem apenas uns 4.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Feliz 2010


2010, preciso escrever alguma coisa no começo desse ano. Todo mundo faz isso, eu normalmente tento nadar contra a corrente, tento ser diferente e acabo assumindo o que mais quero evitar, o clichê.

Me preocupei tanto em não fazer o que os outros fazem por padrão que, ir contra a maré acabou se tornando o meu padrão, às vezes quero ser só mais um e agir como todos, mas esse padrão me impede.

Ah que novidade, esperar a virada, abrir uma champanhe, abraçar e desejar feliz ano novo vestido de branco e bla bla bla. Isso é rídiculo. Ridículo e de certa forma divertido, simples, comum, normal e SEMPRE vai acontecer.
A minha meta pra 2010 é ser só mais um. Talvez assim eu consiga mais pessoas me suportando ao invés de achar que eu não suporto ninguém. Talvez consiga falar mais, e pare de achar que todo mundo fica de saco cheio quando eu falo. Consiga escutar como amigo, consiga ser um amigo.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mea culpa



Sei, ou pelo menos acho que sei que temos vidas e vidas vividas e a serem vividas
Não consigo acreditar em nada que pregue o oposto disso...
Creio que vim de longe e por alguma razão estou na metade do caminho
E metade é metade... a distância é a mesma para seguir em frente ou para voltar

Em muitos momentos me vi como nessa foto... lutando contra uma fera, dezenas de vezes maior, mais assustadora e mais forte que eu
Em várias ocasiões me achei vencedor por ter conseguido fugir dela... ter conseguido me esconder em cavernas, becos, atitudes e manipulações